quarta-feira, 11 de setembro de 2013

IN MEMORIAM - 11 de Setembro de 2001 - Doze anos depois


        Doze anos depois, a angústia da perda transformada em saudade. A saudade que é agora rochedo no coração de todos os que ficaram privados dos sorrisos, dos gestos e dos abraços, da alegria de viver dos filhos, pais, cônjuges ou amigos. Os anos passaram mas não apagaram as imagens nem a dor  do momento que sonegou, horrificamente, mais de três mil vidas, em escassos minutos, no World Trade Center, em Nova Iorque.

        Tempo longo para uma reflexão profunda sobre o mundo em que vivemos, sobre a sociedade que somos, sobre os caminhos que se percorrem e os motivos que nos levam às nossas acções.
        Vagueamos todos, um pouco, ao sabor dos interesses dos Governos, das oligarquias que os submetem, de regimes corporativos, numa sociedade neo-liberal, em que somos meros peões, numa mesa de xadrez, de um jogo viciado. Somos expectadores de tanta e tanta corrupção que conduz esta sociedade, cada vez mais podre e doente, em que vivemos. O espectro da fome e da miséria subsiste. Vendem-se armas, armamento cada vez mais sofisticado, gastam-se milhões a aperfeiçoar a forma de aniquilar os países, os povos e as culturas ancestrais, em nome de "Alá", da "Liberdade", da "Igualdade", da "Conquista territorial", do "Petróleo", do "Gás natural".

        Ainda não vi ninguém guerrear-se, somente, com as armas da Razão, para que os valores civilizacionais e o respeito entre povos, nações e culturas, fossem defendidos. Somos todos, sem excepção, marionetas neste jogo do poder. Trabalhamos, por vezes, que nem escravos, almejamos bens de consumo excessivos num perfeito exercício de egocentrismo e vaidade, endividamo-nos para mantermos este jogo de aparências, porque a sociedade é redutora, marginaliza e ostraciza... Criamos expectativas, desperdiçamos energias que bem poderíamos canalizar para cimentar valores de maior proximidade, de altruísmo e compaixão. Valores, esses, que nos tornariam, por certo, mais felizes e mais felizes tantos outros seres.
        Depois de todo este percurso que fazemos, damo-nos conta de que a vida se esvai, de um momento para o outro, que não somos donos de nada, que nada levamos quando perecemos, e quão inútil foi tudo o que, avidamente, quisemos possuir, numa total ilusão do poder!
        O Mundo está cheio de vítimas da ganância do Homem. O Ser Humano é o maior dos predadores do Planeta. Investe, estupidamente, na sua própria destruição. A memória colectiva não se pode nunca apagar...
O passado deve permanecer como um marco, como uma ferida que cicatriza e que nos deveria ajudar a compreender melhor o presente e a construir, com solidez, o futuro (se é que existe...), não reiterando nos mesmos erros, pois parece-me doentio.

Autora: Isabel Vilaverde
(@Todos os Direitos Reservados).
11 de Setembro de 2013.

Foto: Google.



Sem comentários:

Enviar um comentário

 
Licença Creative Commons
This obra is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas 2.5 Portugal License.