quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ESPERO-TE


Espero-te...
Desesperam os braços para te abraçar
E neste compasso de espera
Morro em cada pôr-do-sol...
Renascendo em cada aurora
o desejo de te amar.


Written by: Isabel Vilaverde
Outubro 2010

OUTONO





Foto de Paulo Freixinho

Cai a chuva... lavando caminhos errantes
Brilha um Sol nos meus olhos
E da boca... a palavra amor voa
Como um vento que sai de mim...
Já tinha saudade de te sentir, Outono,
Já tinha fome de ti.


Written by: Isabel Vilaverde
Outubro 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A UM VENCEDOR


Olhar ausente...
Distante como os sonhos
Que te habitaram a juventude,
E na pele tão marcada,
O martírio, o sofrimento,
Os enlaces que um dia
Te aconchegaram o coração,
O desencanto, o desamor,
As lágrimas choradas
Por aqueles que partiram,
O vazio que te ficou no peito...
Um dia foste filho, pai, amor
Foste capitão de navio,
Sapateiro, pescador...
Um dia foste o sonho
De uma mulher,
Um porto seguro, um sonhador,
Despiste a farda do egoísmo
E deste-te aos outros...
Albergaste ideais,
Lutaste com convicção,
Gritaste revolta,
Fizeste da tua vida
Um hino de esperança, uma revolução,
Entre guerras e batalhas
Foste um vencedor.
Hoje, as tuas mãos
Abrem-se ao vazio
De um rosto para acariciar,
De um corpo para tocar.
Na tua boca vegeta apenas
O silêncio das palavras,
E o teu corpo,
Quase inerte pelas dores do tempo,
Arrasta-se, penosamente,
Para um beco qualquer,
Nele abrigas
A pesada herança da velhice,
Estás só... tão só como as pedras
Da fria calçada que te acolhe.
Desvaneceu-se o brilho de outrora
E nos olhos, ficou o esquecimento
Dos que amaste nos tempos de glória,
Tens como tecto a noite,
No coração, ausência e dor.
Recebes nas mãos trémulas
Um prato de sopa quente,
Porque entre diabos e anjos,
Existe amor!


Written by: Isabel Vilaverde
Outubro 2010
 
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