quinta-feira, 26 de julho de 2012

SUAVE MELODIA


Tocas-me indelével,
Com a maciez dos teus dedos,
Em pétalas perfumadas e sorrisos,
Desvenda-te meu corpo seus segredos.

Como teclas de um piano,
Tocadas em suave melodia,
São os teus beijos ardentes em mim,
Acordes perfeitos de uma sinfonia.

Mozart, Beethoven, Chopin,
Desenhas-me com um toque de Rembrandt,
Ficas em mim sem tempo de partir.

Mas se um dia de mim partires, inebria a minha boca,
Mata-me a sede da paixão louca,
Deixa em minh'alma um canteiro de rosas a florir.

Written by: Isabel Vilaverde
25-07-2012














Imagem: Google

sábado, 14 de julho de 2012

POR ESSE MAR CHORADO


De repente o riso esvaeceu-se,
A pedra tomou forma no meu rosto,
Já não sei onde vivo e se vivo...
Meu país indefeso jaz deposto.

Acordam brandamente memórias,
De tempos áureos, travessias. descobertas,
De alianças feitas entre povos,
Ao dobrar o Cabo das Tormentas.

Com empenho erguemos gloriosos,
Um país chamado Portugal,
Que trago no sangue e coração.

Por esse mar chorado vou agora,
Já não lhe sinto o sabor a sal,
Mas sim a dor do amargo pão.

Written by: Isabel Vilaverde
Passado para o blogue em 14/07/2012















Imagem: Google Imagens.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

INÚTIL GUETO


Sete letras apenas formam a palavra saudade,
E o grito dentro de mim,
LIBERDADE, LIBERDADE!

Quero ver os barcos ancorados
Na pequena enseada,
O pôr-do-sol no ocaso dos teus olhos,
As nuvens esparsas, um sorriso teu,
Um véu de estrelas luzentes a cobrir o céu.


Quero ver as flores a brotar,
O dia a nascer,
Minha filha a balbuciar a palavra
Que me fez renascer,
Ouvi-la, vê-la sorrir.

Quero abraçar aquela que amo
E todos os outros,
Desenhar no horizonte um rio,
Um luar, uma ponte, e sonhar,
Unir margens e levar comigo
Todos os meninos em múltiplas viagens.

E o grito dentro de mim,
LIBERDADE, LIBERDADE!

Tudo isto só tu vês... não eu,
Fechado que estou neste inútil gueto,
De tudo privado,
Sem saber de que sou culpado.

Privado...? Não, não do pensamento!
Nunca me poderão agrilhoar,
Matar-me a fome de pensar,
O ensejo de saber,
A sede de lutar!

Podem tirar-me tudo,
Chicotear-me,  mutilar-me,
Embaciar meus olhos de lágrimas,
Ensanguentar meu corpo desnudo,
Separar-me dos que amo,
Invadir a minha casa,
Que o meu pensamento, o meu desejo,
Será mais forte que o medo, o degredo,
Sobreviverá por cada mártir,
Feito mordaça às vossas mãos.

E só a morte do meu corpo, digo-vos,
Só a morte calará o grito dentro de mim,
LIBERDADE, LIBERDADE!

Written by: Isabel Vilaverde
09-07-2012

Homenagem a NABIL AL-RAEE e a todos os
mártires, vítimas da guerra e da cobardia dos homens.


















Imagem: Google imagens.

domingo, 8 de julho de 2012

CHÃO DE PAPOILAS


Quero num chão de papoilas me deitar,
Como se fora uma delas,
Meu corpo às carícias do vento ondular,
Meus olhos ao sol ardente fechar.

Quero ouvir a tua voz terna,
Como um fino fio de água a correr,
Abandonar-me apaixonada em teus braços,
Sob um céu de estrelas, vencida, adormecer.

Escuta meu amor os pássaros ao redor,
Num calmo chilrear quase menor,
Sente a mansidão dos campos a dormir.

Como gosto de ti, de me dar enlouquecida,
De beijos nos teus lábios me sentir perdida,
E acordar manhãs a cantar e a sorrir.

Written by: Isabel Vilaverde
Abril 2012 (A publicar).

Imagem: Net imagens.


 
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