sábado, 18 de setembro de 2010

UM DIA... LÁ LONGE


Vivo algures...
Entre a morte do dia e o raiar da aurora,
Morro algures...
Num sorriso escondido, nuns olhos que gotejam,
No tempo esvaído, na poesia contida nas palavras que te não digo.
Grita a alma a sede de amar...
No vazio dos braços meus os teus para aconchegar.
Parte barquinho de papel... navega esse mar de sal,
Encontra o tempo perdido e traz-me o amor outrora vivido.
Não deixes morrer no vento que sopra a minha vontade de ser...
Outras Primaveras tenho ainda para renascer,
Outros beijos ardentes para dar e receber,
Histórias e memórias para contigo dividir.
Acorda em mim o sorriso povoado de silêncios,
Pare em mim o sonho de um amor que há-de surgir,
E nos meus poentes de Outono abre janelas de rosas a florir.
Não me deixes morrer na solidão das horas...
Pousa nos meus lábios  os teus beijos meigos,
Devolve aos meus olhos o brilho rutilante das estrelas,
O encanto dos dias a sorrir.
Um dia... lá longe quando o silêncio a minha boca invadir
E os meus passos lentos os teus não acompanharem,
Um dia... lá longe quando a noite chegar fria e o meu coração tocar,
Que seja branda a dor que trouxer,
Que sinta a tua mão o meu rosto afagar,
O teu abraço terno o meu corpo envolver,
E o teu doce beijo os meus olhos fechar.

Written by: Isabel Vilaverde
Setembro 2010



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