
Olhas, sereno, cada pedra do jardim,
Sentado, de braços cruzados,
Observas as flores minúsculas que rompem, incrédulas,
Por entre as outras de encanto sem fim,
Passeias os olhos pelas árvores, uma a uma,
Abraça-las em jeito de despedida,
E pensas no tudo e no nada, na morte e na vida,
Na palavra dita e na que fica por dizer...
E agradeces, não a um Deus, mas aos homens de boa vontade
Que te prolongaram a vida,
Para que pudesses escrever,
Mais umas palavras de tantas que tinhas por dizer...
Num momento o teu corpo adormece no sono perpétuo,
Fica dentro de nós a consciência desperta,
De um dos escritores maiores que sempre serás,
Trabalhador da palavra, arquitecto da razão,
Amigo dos que não têm voz, Homem do mundo,
Singular e grande,
Por ti chorará o meu coração.
Written by: Isabel Vilaverde
18 de Junho de 2010
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