sexta-feira, 9 de abril de 2010

DELIRIUM


Um barulho de folhagem,
Um eco que me assusta...
E o frio fininho que corta a respiração...
Vagueio, vestida luar, por entre sombras
Deste jardim imerso feito amor,
Silêncios, beijos por dar... os passos lentos,
Deitam o corpo na solidão das horas,
À espera dos teus carinhos...
Braços nus, à espera de abraçar,
Percorro, olhar triste, caminhos,
Navego mares de ausência num barco feito desejo,
E este gemido constante que a noite traz,
Lembrança fugaz que a alma fere,
Quero amar-te como louca,
Segredar-te palavras de amor e paixão,
Beber esses beijos do cálice da tua boca,
E guardá-los todos no coração,
Possui-me, faz-me tua, como a noite as estrelas,
Como todas as sombras se entregam à Lua,
Desenha, em meu corpo, as ondas do mar,
Entrega-me o teu delírio,  faz-me delirar...
Declama, em meu peito, os versos puros
Que um dia o teu amor escreveu,
Prometo guardá-los como tesouros,
Deste amor, nosso, que do querer nasceu.

Written by: Isabel Vilaverde
Abril 2010

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