quinta-feira, 4 de julho de 2013

FULGOR


Exalo o perfume da saudade que se prende em mim,
Saudade esculpida pela dor de um amor que emudeceu,
Nos olhos ficou-me um rio...
Vagueio à deriva pelas águas tumultuosas deste meu existir
Num emaranhado de pedaços carcomidos,
Já não canto manhãs endoidecidas,
Deste amor afogueado ficou-me o silêncio da noite,
Viajo por lugares onde fomos felizes,
A lembrança fere-me como espinho cravado na pele,
Sou uma manta de retalhos desbotada pelo tempo...
Não tenho conserto, não sinto alento,
Mas trago ainda na boca rubros beijos por dar,
No peito um leito de amor por derramar,
Escondida nos olhos uma lua plena,
Já não espero os teus devaneios, os teus risos soltos, o teu abraço no meu,
Em nós tudo foi vida, chama intensa, fulgor,
Em mim
 hoje tudo morreu.

Autora: Isabel Vilaverde
(Todos os Direitos Reservados).

Foto: Autor desconhecido.


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