quinta-feira, 18 de julho de 2013
GRITO VERMELHO
Oh imenso e loiro trigal,
Ao braseiro do Sol deitado,
Oh planícies verdejantes,
Saudosos choram meus olhos distantes.
Sinto um sopro de vento na pele,
Leve e quente a sussurrar,
Aflorando de mansinho,
Meu rosto afogueado vem beijar.
Oh árvores frondosas curvadas,
Morrendo num rubro poente,
Imploram dos céus a bênção,
Das gotas de chuva ausente.
Papoilas à brisa se agitam,
Num grito vermelho de espanto,
Oh meu Alentejo abandonado,
Às mornas tardes de encanto.
Desce o silêncio sobre os montes,
Os bichos se aquietam e eu,
Baixinho palpitam as fontes,
Tudo em volta adormeceu.
Autora: Isabel Vilaverde
Julho de 2013
(@ Todos os direitos reservados).
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