sexta-feira, 26 de julho de 2013

MANTO PÚRPURA



Nos teus braços estendidos,
Ao sabor das tardes quentes,
Meus olhos são cristais perdidos,
Meus lábios são beijos ardentes.

Fogueira que em mim arde sem cessar,
De querer nas tuas searas me perder,
E esta saudade no meu peito a transbordar,
E este orvalho nos meus olhos sem se ver.

Céu de manto púrpura vestido,
Desenhado sobre os montes recortados,
Crepitam no chão rubras papoilas,
No ar dançam perfumes almiscarados.

Minh´alma é uma imensa planície,
Sequiosa das tuas noites de luar,
Do canto ritmado das cigarras,
Do murmúrio das fontes a solfejar.

Parti sem o querer, meu Alentejo amado,
Tristes os sinos repicaram num pranto sem fim,
E os meus olhos gotejando perguntaram,
Oh meu Deus porque tem que ser assim?

Autora: Isabel Vilaverde
Julho 2013

Imagem: Google.



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