O dia estava claro. O Sol aquecia as almas tristes, dos dias percorridos à chuva... mas eu nem o sentia. Carregava, nas pálpebras caídas, a tristeza da tua ausência. Os gestos eram lentos, os pés arrastavam os passos na poeira do caminho. Não queria voltar a entrar por aquela porta. Não queria encontrar o vazio, a quietude do lugar. Não queria aceitar que partiras, para sempre. Alguma vez me amaste? Alguma vez te deixaste amar? Não sabes o que é. Talvez não venhas a saber nunca, perdido que estás nessa ilusão, nessa mentira em que vives... e isso, entristece-me. Saber que a culpa que carregas, é a de não seres capaz de amar quem te ama de verdade. A tua felicidade é um faz-de-conta, é uma pedra solta, pronta a desmoronar-se do alto de uma falésia, com a primeira intempérie... Nada és, nada tens, porque nada sabes construir, e isso entristece-me. Mas não me culpes de não querer lutar mais. Não posso continuar a amar quem recusa o meu amor, a minha entrega. Não és digno do meu amor. Mas não me desiludiste, sabes porquê? Porque não me iludi. Ajudaste-me, sim, a crescer e a perceber que mereço alguém melhor do que tu.
Tenho o sol, tenho a chuva, tenho o mar, tenho os meus filhos, tenho quem gosta de mim, que mais posso querer da vida? Sou o caminho percorrido, sempre que caio, luto para me levantar. E nessa luta, procuro tão somente ser feliz.
Written by: Isabel Vilaverde
15 de Março de 2010
Mais tarde ou mais cedo, paramos para pensar. Reflectimos e voltamos a reflectir. Sobre o passado e sobre o futuro. É aí por vezes que nos apercebemos do que ficou por fazer, do que podia ter sido feito. No entanto, não devemos pensar no que poderíamos ter feito, mas devemos sim pensar no que podemos fazer, no hoje, no nosso presente. O passado não muda, mas o presente podemos mudá-lo, de modo a fazer um futuro que se quer risonho.
ResponderEliminarSão coisas que acontecem, e temos de saber enfrentá-las. E tu felizmente sabes. :)
Beijos e, keep up the good work!