Esmorece a luz no monte,
Espreitam estrelas e luar,
Sentada à porta defronte,
Vejo crianças a brincar.
Correm, riem, pulam, cantam,
Dançam a olhar para mim,
Que riqueza tamanha é,
Morar num lugar assim.
Alentejo, ser de ti,
Em sonhos idolatrado,
Castelo de Vide, terra bela,
Amar-te não é pecado.
E mirar-te lá do alto
De uma qualquer rua estreitinha,
É desvendar-te os mistérios
Que escondes, oh terra minha.
Tens alma de poeta,
És fonte de água cristalina,
Que me acalma e refresca,
Me seduz e fascina.
Meu Alentejo doirado,
Tesouro de beleza pura,
Trago em mim este fado,
De te amar com loucura.
Como um rio de encontro ao mar,
Correndo livre sem fim,
Sinto o coração palpitar,
Quando me demoro em ti.
Lírios do campo, amoras silvestres,
Poejo, eucaliptos, pinturas rupestres,
Tudo em ti me encanta e prende,
As gentes, a paz, que ao redor se sente.
E aquela velhinha que me enternece,
De dedos já gastos e olhar miudinho,
Com passos tão lentos...
Dobrando o caminho.
Olhar vazio no fim da jornada,
Põe na mesa a sopa, o naco do pão,
Partilha em silêncio,
Um grito de solidão.
Esta velhinha que vejo,
Num poial sentada no meu Alentejo,
Malhas vai tecendo num alvo pano,
Voltas de enleio e engano.
Sozinha, curvada pelo peso dos anos,
Olho para ela, nada pede ou diz,
Mas vede o sorriso,
Como ela é feliz!
Autora: Isabel Vilaverde
(@Todos os Direitos Reservados).
12 de Outubro de 2009
Imagem: Castelo de Vide. Autor desconhecido.
Espreitam estrelas e luar,
Sentada à porta defronte,
Vejo crianças a brincar.
Correm, riem, pulam, cantam,
Dançam a olhar para mim,
Que riqueza tamanha é,
Morar num lugar assim.
Alentejo, ser de ti,
Em sonhos idolatrado,
Castelo de Vide, terra bela,
Amar-te não é pecado.
E mirar-te lá do alto
De uma qualquer rua estreitinha,
É desvendar-te os mistérios
Que escondes, oh terra minha.
Tens alma de poeta,
És fonte de água cristalina,
Que me acalma e refresca,
Me seduz e fascina.
Meu Alentejo doirado,
Tesouro de beleza pura,
Trago em mim este fado,
De te amar com loucura.
Como um rio de encontro ao mar,
Correndo livre sem fim,
Sinto o coração palpitar,
Quando me demoro em ti.
Lírios do campo, amoras silvestres,
Poejo, eucaliptos, pinturas rupestres,
Tudo em ti me encanta e prende,
As gentes, a paz, que ao redor se sente.
E aquela velhinha que me enternece,
De dedos já gastos e olhar miudinho,
Com passos tão lentos...
Dobrando o caminho.
Olhar vazio no fim da jornada,
Põe na mesa a sopa, o naco do pão,
Partilha em silêncio,
Um grito de solidão.
Esta velhinha que vejo,
Num poial sentada no meu Alentejo,
Malhas vai tecendo num alvo pano,
Voltas de enleio e engano.
Sozinha, curvada pelo peso dos anos,
Olho para ela, nada pede ou diz,
Mas vede o sorriso,
Como ela é feliz!
Autora: Isabel Vilaverde
(@Todos os Direitos Reservados).
12 de Outubro de 2009
Imagem: Castelo de Vide. Autor desconhecido.
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