sábado, 21 de novembro de 2009

OUTONO


Outono que levaste o verde da Primavera,
Tingiste de mil cores os caminhos,
Os bancos do jardim onde me sento a meditar,
Outono dos dias pálidos, das noites mais frias,
Da chuva miudinha que bate na vidraça,
Da triste alma minha que detrás observa quem passa...
Outono dos amores e da vindima, da castanha assada,
Perfumando com o seu aroma as ruas desta Lisboa rendilhada.
Outono que passeias comigo à beira-mar
E me envolves na tua fresca brisa,
Escutas o meu lamento, abrandas esta fogueira a crepitar
Deste tédio, deste inútil tempo...
Outono dos afagos, das memórias dos abraços e de beijos molhados,
De amantes enlaçados em teias de amores intensos
Que tardam na despedida,
Perdidos de olhares demorados e densos.
Outono dos momentos, de vidas partilhadas,
Pedaço de brocado cinzelado e fugaz,
Guardo-te em mim como joia rara,
És meu aconchego, meu lilás,
Meu sacrário de amor,
Meu silêncio e minha paz.
 
Written by: Isabel Vilaverde.
 
 

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