terça-feira, 18 de setembro de 2012

UM NOVO ACORDAR


Braços pendidos como giestas queimadas
No monte do desespero...
A memória aviva-se por entre a fumaça do tempo
E a alma vagueia vestida de luto...
Há muito que o brilho dos teus olhos se perdeu naquele horizonte,
Onde o sonho e a utopia corriam as noites, os dias,
E eras feliz a cada acordar, lembras-te...?
De olhar turvo, procuras agora uma razão,
E apertado por dor tamanha,
Negas às bocas, famintas, o mísero pão.
Gritas revolta, dilacera-te as entranhas,
Perguntas, então, incrédulo,
Foi para isto que se fez uma Revolução...?
Há muito que as teias do tempo te secaram o corpo
E te abriram rios áridos na pele...
Mas não te silenciaram a palavra!
Não te arrancaram a raiz ao pensamento!
A vontade de te ergueres e exigir um novo horizonte!
Para os filhos desta Nação um novo amanhecer!
Meu País... que definhas aos poucos pela avidez do dinheiro...
Engolido pela ambição desmedida e pela mentira...
Ergue-te, POVO!
Mostra a tua raça a essa gentalha que nos gabinetes te amordaça
E te tece a mortalha!
Jamais te poderão silenciar, jamais!
Quarenta e um anos depois... 
Queres um novo acordar!

Poema da autoria de: Isabel Vilaverde
18/9/2012
Reescrito em: 15/04/2014 e 8/4/2015
(@Todos os Direitos Reservados)


Imagem: Google.

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