Nesta folha em branco, quereria escrever os nomes de todas as pessoas que pereceram naquele fatídico dia 11 de Setembro de 2001...
O coração da América foi ferido de morte. O seu orgulho manchado, pelo aviltamento e a monstruosidade de um homem, de uma seita, de um grupo que age e espalha o terror, em nome de uma suposta "Libertação"...
Tentáculos, poderosos, chegam aos quatro cantos do Mundo, numa dança cega de ódio, violência e fanatismo, num desejo mórbido de o controlar...
Vidas interrompidas abruptamente... Despedidas emocionadas de pais, de filhos, de esposos e de amantes, presos, por segundos, à vida. Outros, nem tempo tiveram para dizer a palavra «Amo-te» ou a frase «Não me esqueças», impotentes, perdidos como grãos de areia, numa gigante duna, que num ápice se desfez! Gente obrigada a morrer, sem piedade, só porque estavam, àquela hora, no local errado. Bonecos usados, manipulados como marionetas, nas mãos de um louco!
Um cheiro a morte antecipada. Um inferno de chamas engolindo, com avidez, os corpos inocentes... Nuvens de pó negro, adensadas, esconderam o NADA que restou do World Trade Center, em Nova Iorque. Apenas escombros, ferros retorcidos e dor, muita dor, ali ficou no meio do betão...
Vidas que lutaram para salvar outras vidas, esquecendo-se da ameaça que pairava sobre a sua própria vida. Não havia tempo para pensar. Só podiam pensar com os pés e correram, muitos deles para o abismo.
Sonhos perdidos para sempre... Uma história de dor, de saudade e de muito sofrimento ficou nos que ficaram para contar a história.
Lágrimas caíram em rostos anónimos, de todas as cores e de todos os credos. O Mundo, atónito, tentou perceber o que era a completa e total incompreensão do gesto. E todos nós perecemos, um pouco, naquele dia...
Hoje, reflicto sobre aqueles momentos. Visualizo, na minha memória, as imagens de terror. Ouço, por instantes, os gritos aflitos das pessoas.
Reforço, em mim, de entre os demais valores que me foram transmitidos, o significado da palavra Igualdade.
Ali, naquele lugar onde tudo aconteceu, entre aqueles homens e aquelas mulheres, esvaeceram-se diferenças. Ricos, pobres, indigentes e sem-abrigo, foram apenas pessoas iguais a lutar pela vida.
Setembro de 2011
Imagem: Google.
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