segunda-feira, 20 de junho de 2011

A VIDA INTEIRA


É de silêncios
Que as nossas mãos falam,
E de murmúrios
Que os nossos corpos se embalam
No desejo de se amar,
Na voz suave do tempo,
Os olhares permanecem
Extasiados, no sentir
De um beijo profundo
Que toca Minh 'alma incrédula,
Quebram-se as amarras do tempo,
De lembrar outro tempo
Sem paixão, sem loucura,
Abrem-se as manhãs ao devaneio,
Ao acordar tímido...
Ao abraço que o amor tornou forte.
Já não sinto a dor no peito
Nem o vento norte,
Tão-pouco o coração prisioneiro,
Tenho tudo em mim para viver,
Tenho a vida inteira para te amar.


Written by: ISABEL VILAVERDE
Junho de 2011
Imagem: Auguste Rodin

quinta-feira, 16 de junho de 2011

SÓ A LUA SORRI PARA MIM


Cobre a neblina o Pico da Montanha
Majestosa,
Sentada, penso-te...
O silêncio traz o calor do teu abraço,
O sabor do teu beijo intenso,
A ternura do teu olhar,
E a lembrança das mãos dadas
Nos passeios à beira-mar
Na cidade cheia da embriaguez dos dias,
Tão longe estás da bruma deste mar
Que me enche os olhos,
Belo, o pássaro que no seu voo
O meu sonho vem agitar,
Tão alto no seu planar,
Tão livre no seu voar...
Cai a noite sobre a montanha de mansinho,
Espreitam estrelas o céu devagarinho,
Deito o corpo na terra húmida e fria,
Adormeço no sono que chega,
Não quero sair dali,
Neste encontro de amor e solidão,
Só a lua sorri para mim.



Written by: ISABEL VILAVERDE
16 Junho 2011
Imagem: autor desconhecido.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

MINHA PÁTRIA MEU AMOR



Tanta gente, tanta!
E esta saudade informe
Como chama no meu peito...
Passeio por Lisboa ao entardecer,
No Rossio tomo um café
Sigo os passos de Pessoa.
Visito Alfama, a Madragoa,
E o Tejo a meus pés
Evoca epopeias de outras eras,
De outras lutas, de outras crenças e fé.
Piso a calçada irregular, marcada pelos carris
Dos eléctricos amarelos a passar.
Destino, encontro de amores desencontrados...
De amantes enlaçados pelos becos da loucura,
Poesia, saudade, guitarras e fado,
Pergaminho de um país bem ou mal-amado,
Com sangue,  suor e lágrimas conquistado!
Meu país viajado, país de um povo afirmado,
Às vezes esquecido, tantas outras adiado....
Quero acreditar que um dia te erguerás,
Que outros mares navegarás como Vasco ao partir,
Contra ventos e tormentas o seu sonho fez cumprir.
Sei que triunfarás com brilho e esplendor,
Calarei em mim o grito, o grito que agora me sufoca,
Portugal, meu país, minha pátria, meu Amor!


Written by: Isabel Vilaverde
(@Todos os Direitos Reservados).
10 de Junho de 2011

Imagem: Google.


sexta-feira, 3 de junho de 2011

PEDIDO DERRADEIRO


Mergulho o olhar
No bater forte do teu esbracejar
Contra as rochas,
Liberto notas dolentes de angústia,
Sinto a força de um mar
Que sufoca dentro de mim,
Porque me fustigas, diz-me?
Porque destróis os meus sonhos assim?
Vil tempo que me atormenta
A cada dia que passa,
O infindável das horas que me domina
E me conduz à loucura,
Já nada espero, devo?
Já nada sei, tudo desaprendo!
Os versos perpassam o sussurrante grito
Num pedido derradeiro,
Se eu partir...
Lembrem-se de mim, com amor no vosso coração.

Written by: ISABEL VILAVERDE
JUNHO 2011
Foto: Daniel Cândido da Silva
 
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