domingo, 26 de fevereiro de 2012

NO VAZIO DA LUZ


Morre lentamente o dia no vazio da luz…
No vago tempo, perdi-me dos teus abraços,
Espraiam-se marés de mágoas e cansaços,
Na noite que chega bordada a finos traços.
Baloiça saudade no vaivém das ondas,
Dos beijos de fogo em mim apagados,
Sentidos, murmurejados, por nós sufocados,
Afagos dolentes nos corpos tocados…
Sonetos de amor por nós declamados.
Trago esta ausência em mim,
Fado de adormecidos silêncios
Que me choras no regaço,
Por vezes nem sei quem sou, o que quero,
Para onde vou, porque fico assim…
Busco o sorriso que se perdeu,
Preciso de ti neste poema,
Que respira a loucura de amar-te ainda…
Amor improvável que no tempo resiste,
É a dor em mim guardada,
Que escreve este poema triste.

Written by: Isabel Vilaverde


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