terça-feira, 2 de outubro de 2012
FOLHA DE OUTONO
Breve... serei folha amarelecida,
Esgotada de vida,
Prestes a cair num caminho qualquer...
O verde de outrora, ganhei-o na Primavera quando renasci,
Para novamente o Outono morrer em mim...
Fui sombra que o teu corpo refrescou,
E vento que o teu rosto beijou,
E agora? Agora serei nada...
Apenas uma folha caída sem o fulgor da juventude...
Passarás por mim indiferente...
Quem sabe se alguém me olha, me colhe e leva...
Servirei de arranjo floral...?
Adornarei uma caixinha de cristal...?
Ou, talvez, um postal de Natal...?
É tamanha a incerteza...
À chuva ficarei desamparada, morta nesta florescência,
Até o vento de Outono me levar numa espiral sem retorno,
Deixando nos teus braços a nudez da minha ausência.
Poema de: Isabel Vilaverde
2 de Outubro de 2012
Imagem: Google.
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