terça-feira, 24 de abril de 2012
GRITAR LIBERDADE
Em ti escrevo o poema
Mil palavras de ternura
Oh meu país sofredor,
Sinto longa esta espera
Quiçá insana quimera
Outro Abril libertador.
Quero sentir-te de novo
Povo que não esmoreces,
Na luta por direitos permanece
Fazendo ouvir a tua voz,
Quero sentir-te na aragem fresca,
No cristalino das águas
Dessa fonte da sabedoria,
Guardar de ti as memórias
Dos poetas e cantores,
Dos que te choraram as mágoas
E te cantaram as dores.
Eternos sonhadores... Capitães de Abril,
Arrancaram-te dos braços vis
E com determinação
De ti fizeram país!
Aos meus olhos...
Agoniza lenta e fria
A já frágil democracia...
É preciso parar os traidores!
Os pseudo-reformadores...
E esta palavra saudade
Aninhada em meu peito,
É hoje grito enraivecido
A clamar por ti LIBERDADE!
Written by: Isabel Vilaverde
Poema de homenagem à Revolução de 25 de Abril de 1974.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
A SOLIDÃO DA CIDADE
Por detrás das janelas altas da cidade,
Espreitam olhos prisioneiros encovados de saudade,
Rio cinzento...
Corre além como um lamento,
Debruando margens de cansaços,
Solidão marcada em rugosos traços,
Abandono latejas na pele,
Cidade viva, morta aos teus olhos...
Nua, de alma vazia,
Fenece como estátua hirta e fria,
Numa qualquer Praça da cidade,
Acorrentada e mártir, clamando como tu por liberdade,
E o pintor, alheio aos teus suspiros,
Sentado na calçada, sob um céu de nevoaça,
Marca com pinceladas esbatidas de cor,
O teu olhar por detrás da vidraça,
Agora é dele também a tua dor.
Written by: Isabel Vilaverde
12 de Abril 2012
Imagem: Montmartre 1946
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