Um dia acordo e é Natal…
As ruas desertas, as pedras molhadas,
O vento fininho que enregela a pele,
O silêncio que se abate sobre o dia,
Partilham-se sorrisos, estreitam-se braços,
Lá dentro das casas reina paz e harmonia,
E cá fora, Senhor?
Vê como deambula, triste pela rua, gente em farrapos!
Sem tecto, sem sorrisos, sem abraços,
Mãos calejadas apertam-se ao frio,
Deitam o corpo de sonhos vazio,
Cruel este mundo que a tantos nega o direito a viver...!
Carregam o fado que lhes embala a dor,
Deixam a miséria, o abandono, nas esquinas,
Nos vãos-de-escada, na calçada,
Debaixo de cartões, de caixas vazias como a sua alma,
Procuram o aconchego como se fosse um cobertor,
Porque é assim, Senhor?
Como pode ser Natal,
Se chora o meu coração de ver tanto desamor, tanto mal?
A noite fria esconde-te o rosto enrugado,
Fechas os olhos em lenta agonia,
E o teu corpo, empedernido, adormece mutilado.
Gostaria que os gestos de solidariedade,
Te resgatassem do sofrimento, cada momento,
Sem espaço no tempo,
Um dia acordo e é Natal…
Quem dera que o fosse para ti, todos os dias!
Autora: Isabel Vilaverde
16/12/2011
Imagem: Google.
As ruas desertas, as pedras molhadas,
O vento fininho que enregela a pele,
O silêncio que se abate sobre o dia,
Partilham-se sorrisos, estreitam-se braços,
Lá dentro das casas reina paz e harmonia,
E cá fora, Senhor?
Vê como deambula, triste pela rua, gente em farrapos!
Sem tecto, sem sorrisos, sem abraços,
Mãos calejadas apertam-se ao frio,
Deitam o corpo de sonhos vazio,
Cruel este mundo que a tantos nega o direito a viver...!
Carregam o fado que lhes embala a dor,
Deixam a miséria, o abandono, nas esquinas,
Nos vãos-de-escada, na calçada,
Debaixo de cartões, de caixas vazias como a sua alma,
Procuram o aconchego como se fosse um cobertor,
Porque é assim, Senhor?
Como pode ser Natal,
Se chora o meu coração de ver tanto desamor, tanto mal?
A noite fria esconde-te o rosto enrugado,
Fechas os olhos em lenta agonia,
E o teu corpo, empedernido, adormece mutilado.
Gostaria que os gestos de solidariedade,
Te resgatassem do sofrimento, cada momento,
Sem espaço no tempo,
Um dia acordo e é Natal…
Quem dera que o fosse para ti, todos os dias!
Autora: Isabel Vilaverde
16/12/2011
Imagem: Google.
Isabel, isto está simplesmente qualquer coisa!
ResponderEliminarFaz lembrar o Kyrie do Ary dos Santos quando termina "volta outra vez ao mundo" depois de enunciar os pobres, excluidos marginalizados... todo o ser humano sofredor.
A Isabel nao pode contentar-se com a colectânea de poesia onde participa. Tente publicar estas suas maraavilhas.
E um antecipado Santo Natal!
Obrigada, Daniel, pelo seu comentário. Um Santo Natal!
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