quarta-feira, 20 de julho de 2011

NO SILÊNCIO DAS CORRENTES


No rosto do tempo guardo o teu sorriso,
A candura do teu olhar acorda-me memórias,
Notas dolentes de violinos a tocar, 
Passeio a saudade neste cinzento cais onde me encontro,
E, às vezes, no silêncio das correntes,
Navego barcos desbotados de cores.
Ah! Como sinto o teu corpo, os beijos de fogo ardido,
E o teu riso de tontaria que me prendeu de amores...
Caminhamos, lado a lado, como as gaivotas,
Pousadas no areal ao entardecer do dia,
É esta a paz que sinto, meu amor.
Sei que o Inverno chegará no pálido crepúsculo,
Não tenhas medo, dá-me as tuas mãos, sorrindo,
Haverá sempre Primavera nos meus olhos,
Para te olhar, prometo-te,
E vento no meu corpo para te desejar,
E ribeiros de águas transparentes para te amar.


Written by: Isabel Vilaverde
JULHO 2011

sábado, 16 de julho de 2011

NÃO BASTA


Não basta dizer palavras
Se o coração não sente,
Tão-pouco abrir os braços,
Quando o amor está ausente,
Não basta fingir alegria,
Se em nós mora nostalgia,
Nem falar no amor que virá,
Quando a mágoa nos fere por dentro.
Não basta sorrir aos dias,
Se a tristeza se esconde em nosso olhar,
Nem fingir felicidade quando a solidão nos dói,
Ou inventar gestos quando a consciência nos mói,
Não basta querer amar se não virmos à nossa volta,
Que nunca é o que se vê, quando olhamos distraídos,
Não basta querer fechar atrás de nós uma porta,
É preciso adormecer e acordar devagar,
Para  podermos conjugar de novo o verbo Amar.


Written by: Isabel Vilaverde
16 Julho 2011

domingo, 10 de julho de 2011

UM DIA PROMETEMOS


Um dia prometemos
Que o Sol nos beijaria
Os rostos pela manhã,
Os braços nos abraçariam
A nudez dos corpos,
A chuva a ouviríamos juntos
A bater na vidraça,
Um dia prometemos...
Ser abrigo ao vento norte,
Cobrirmos de beijos
Nossas bocas sequiosas,
E o amor seria ponte
Nos dias invernosos,
Um dia prometemos...
Florescer Primaveras,
Vivermos Verões tórridos,
Contemplarmos Outonos,
Atravessarmos o Inverno
De mãos dadas,
Um dia prometemos...
Plantar todos os sonhos
Num jardim só nosso,
Darmos vida a outras vidas,
Entre acácias a florir,
Rosas e margaridas,
Um dia prometemos...
Ter um baloiço para embalar
Os corpos franzinos
Dos filhos bem-amados,
E aos dias, aos meses, aos anos,
Oferecermos sorrisos,
Paciência e silêncios partilhados,
Um dia prometemos...
Se fossem longos os desertos,
E as lágrimas ofuscassem o brilho do olhar,
Não sentirmos solidão,
Sermos um só coração, um só corpo para amar,
Um dia prometemos...
E de todas as promessas que fizemos,
Beijo hoje os rostos dos filhos bem-amados,
Tudo o mais... palavras à deriva, num sonho vão!


Written by: Isabel Vilaverde
Abril 2011

sábado, 9 de julho de 2011

CAIS DE AMOR



Dá-me a alma de um poeta
Para nela escrever saudade,
Dá-me o Sol para te sentir,
O infinito para viver eternidade,
Dá-me o mar para navegar
Marés de espuma, vagas de sonhos,
Dá-me uma ilha para descobrir,
Um cais de amor para atracar.

Autora: Isabel Vilaverde
(@Todos os Direitos Reservados).
Julho de 2011

Imagem: Autor desconhecido.

 
Licença Creative Commons
This obra is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas 2.5 Portugal License.